"O canabidiol sozinho não faz a terapêutica."
Por Gui Martins
Olá! Começo este texto parafraseando o filósofo Aristóteles (384 a.C.-322 a.C.):
“Uma andorinha sozinha não faz verão”.
Como é possível ainda negar os efeitos terapêuticos dos terpenos presentes em plantas medicinais? Colocar em xeque o potencial terapêutico de outros fitocanabinoides? Ignorar resultados clínicos quando administrados em conjunto com o “hype CBD"?
Você, clínico, que acompanha seus pacientes, imagine dois produtos à base de CBD à sua disposição:
1.O que a fitomolécula CBD pode proporcionar de forma positiva quando usado de forma isolada?
2. E o que essa mesma fitomolecula pode proporcionar de forma positiva quando usado em conjunto com os demais fitocanabinoides (THC, CBG,CBG,CBC,CBN) juntamente com os terpenos (Limoneno, Humuleno, Beta-cariofileno) e os flavonoides (que são pigmentos naturais presentes na maioria das plantas)?
Papel do cientista
O papel de um cientista é realizar pesquisas aprofundadas, mas também observar os resultados clínicos obtidos por profissionais em seus consultórios. Ser tanto um clínico quanto um pesquisador faz toda a diferença.
Isso é feito sem ideologias preconcebidas, sem viés industrial, mas com seriedade e a exigência contínua das melhores práticas de produção científica.
A produção de produtos é importante, mas o foco principal deve estar na pesquisa científica, sempre buscando melhorar o tratamento de condições clínicas, como dor, estresse, bruxismo, baixa qualidade de sono e estilo de vida ruim.
Muitas vezes, os pacientes são refratários às abordagens alopáticas ou não respondem bem a elas. Terapias integrativas não são alternativas, mas sim complementares.
Tanto canabinoides quanto outras fitomoléculas devem ser estudados com o devido respeito, seja individualmente ou em conjunto. Isso deve ser conduzido por cientistas sérios e imparciais que buscam apenas a verdade científica.
Explore o efeito entourage
Nesse contexto, como ainda colocar em dúvida o magnífico Efeito Entourage? Sob a perspectiva da “Medicina baseada em evidências científicas”, teríamos que aguardar os resultados de estudos duplo-cegos e randomizados para comprovar a eficácia de diversos compostos que a planta cannabis possui.
O profissional que ainda aguarda os resultados desses estudos talvez começaria a prescrever para os pacientes daqui a 5 ou 7 anos. Mas o objetivo final é o bem-estar dos pacientes, afinal: “quem tem dor não pode esperar!”
Eu encorajo você a explorar e estudar o Efeito Entourage. Não fique preso apenas na fitomolécula Canabidiol.
Você ficará surpreso com o que pode descobrir. Um exemplo é o significativo artigo de Ethan Russo, um cientista e clínico respeitável, que faz parte do ilustre grupo de pioneiros na pesquisa da Cannabis Medicinal, ao lado de Rafael Mechoulam e Roger Pertwee.
Créditos de:
Guilherme Arthur Martins, em coluna do portal Cannalize.